Exposições Potenciais

Conceitos básicos: probabilidade

Qual a definição geral de PROBABILIDADE?

Uma definição geral de “probabilidade” é expressa pelo grau de credibilidade de que um evento específico deva ocorrer. Ela está sempre condicionada a alguma hipótese, formulada implícita ou explicitamente.

O que se entende por probabilidade em função da frequência?

 A suposição de que o limite do quociente n/N, à medida que N tende para o infinito, que pode ser usado como a probabilidade de um evento que ocorre n vezes em N oportunidades.

O que se entende por probabilidade em função da simetria?

É aquela que tem por base o estabelecimento de que a probabilidade de se obter um “seis” com um dado é 1/6.

Do que depende e como é conhecida a probabilidade cujo resultado é incerto?

A probabilidade estabelecida dependerá da experiência e do conhecimento da pessoa que expressa o grau de credibilidade. É chamada de probabilidade “subjetiva”, embora o valor dado não seja arbitrário, mas depende das informações disponíveis e de sua interpretação, pois elas também dependem de informações disponíveis, com relação à pertinência das hipóteses. Por exemplo, uma frequência observada pode não ser necessariamente repetida no futuro e a simetria suposta pode ser falsa.

Por que as probabilidades em função da frequência e da simetria são consideradas subjetivas?

Porque dependem de informações disponíveis, ou seja, com relação à pertinência das hipóteses. Por exemplo, uma frequência observada pode não ser necessariamente repetida no futuro e a simetria suposta pode ser falsa (o dado poderia conter chumbo).

Como pode ser expressa a equação para a probabilidade de um evento relativo a uma unidade observada?

Se a probabilidade de um evento relativo a uma unidade observada, como uma fonte de radiação, for estabelecida sendo p, então a probabilidade de no mínimo um evento em um número de N unidades será fornecida pela equação de distribuição de Poisson, isto é:  

PN = 1 - (1 - p)N

que para pequenos valores do produto pN, se torna P=pN, mas para grandes valores do produto, pN se aproxima mas nunca ultrapassa a unidade.

Como pode ser expressa a equação para a probabilidade de um evento relacionado a um período de tempo específico?

Se a probabilidade por unidade de tempo for  dp/dt, a probabilidade de pelo menos um evento durante o período de tempo T será:
PT = 1 – e-(dp/dt)T

Qual é a diferença entre a probabilidade dada pela equação de Poisson e aquela relacionada a um tempo especificado?

A probabilidade fornecida pela equação de Poisson independe do período de tempo, não tem dimensão e não pode exceder a unidade.  Ao contrário, a probabilidade por unidade de tempo (a taxa de probabilidade) tem a dimensão (tempo)-1 e, portanto, seu valor numérico dependerá da unidade de tempo escolhida (segundo, ano etc.).

No cálculo das probabilidades, em que situações os eventos são observáveis?

Quando o valor inverso da frequência (1/f) for mais curto do que o período de observação. A expectativa matemática do número de eventos sobre um período de tempo T será:

n = (dp/dt) NT

Qual é a equação que fornece o número de eventos quando a observação for para um grande número de unidades?

Se para cada unidade a taxa de probabilidade do evento for dp/dt .

Que confusão pode provocar, expressar a probabilidade de ocorrência de eventos por meio de uma taxa de probabilidade ou de uma frequência?  

Como ambas podem ser expressadas, como por exemplo 10-3 ano-1, um leigo pode interpretá-la como uma previsão para mil anos, enquanto que na realidade, se refere a uma situação atual. 

Que distinções a publicação 64 da CIPR atesta entre a taxa de probabilidade ou expectativa de frequência e a frequência realmente observada?

Se o período de observação (T) for mais curto que o valor inverso da taxa de probabilidade ou frequência, as observações mais prováveis serão zero ou um evento. Se nenhum evento tiver sido observado, isso não significa que a taxa de probabilidade e a expectativa matemática de frequência seja zero. Com um período de observação mais curto do que 70% do valor inverso da frequência, a probabilidade de nenhum evento é sempre maior do que 50%.

Por que em análises de segurança as frequências estimadas de eventos iniciais, como as falhas técnicas ou erros humanos, combinados com probabilidades estimadas de falhas para várias funções de segurança, são uma condição necessária para que ocorra o efeito final detrimental?

Porque o resultado desta determinação será uma taxa de probabilidade incondicional, dp/dt, isto é, a priori, para cada efeito final específico. A probabilidade do evento final em um determinado período de tempo pode então ser avaliada de acordo com a expressão 

PT = 1 – e-(dp/dt)T

A combinação de probabilidades pode incluir a probabilidade de malefício a um determinado indivíduo, condicionada à ocorrência de eventos que envolvem doses de radiação conhecidas para esse indivíduo.

O que é exigido na análise de segurança para o processo de estimativa e manuseio das probabilidades, de acordo com a publicação 64 da CIPR?

  • Que o processo de estimativa e manuseio de probabilidades exijam o mesmo grau   de coerência e rigor, se as probabilidades são derivadas de frequências observadas ou de julgamentos feitos por peritos.
  • Um estudo da sensibilidade dos resultados da análise da segurança, que indicará a solidez da determinação da probabilidade com relação à variação dos julgamentos
  • Que estas informações devem ser incluídas no material apresentado aos tomadores  de decisão.

Qual é o valor principal da análise da segurança?

É a identificação das sequências de eventos mais prováveis em que podem ser apropriadas melhorias de segurança. No entanto, a modelagem incompleta sempre introduzirá uma incerteza que é difícil de ser determinada quantitativamente. Todavia, o resultado da análise de segurança, às vezes expresso pelo valor inverso da frequência estimada do evento, pode ser visto como uma figura de mérito útil nas comparações de resultados seguros.

 

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