Exposições Potenciais

Determinações relativas à fonte e ao indivíduo

A irradiação dos indivíduos pode ser pensada como sendo constituída de uma rede de situações e eventos potenciais. Como podemos descrever, suscintamente, a rede?

Cada parte da rede começa com uma fonte. A radiação ou material radioativo percorre então caminhos críticos ambientais envolvendo sequências e processos que podem ser muito complexos no ambiente natural e que alcançam os indivíduos,  sendo alguns caminhos críticos comuns a muitas fontes. 

Em proteção radiológica, nas determinações do risco, o que se entende por “sequência de eventos” ou “cenários”?

Entende-se a combinação dos eventos, processos e caminhos críticos da rede com suas probabilidades e características do processo de transporte.

Por que a publicação 64 da CIPR considera “cenário” um conceito mais amplo do que “sequência de eventos”?

Porque “cenário” implica em uma especificação mais explícita do contexto no qual ocorre esta sequência de eventos, isto é, o cenário é definido como uma combinação específica de eventos, características e processos que partem de um evento inicial e levam a consequências radiológicas.

As determinações da eficácia das medidas de segurança podem ser feitas a partir de dois pontos de vista diferentes.  Por que?

Se a avaliação for feita do ponto de vista de exposições a uma única fonte, então é denominada de avaliação relativa à fonte. No entanto, a avaliação poderia também ser feita do ponto de vista de um indivíduo que está exposto a uma ou muitas fontes. Este segundo caso, que inclui exposições provenientes de todas as fontes pertinentes que expõem um determinado indivíduo e denominado de avaliação relativa ao indivíduo.

Como a publicação discute os vários cenários que podem levar à exposição de indivíduos, por diferentes caminhos críticos para a determinação relativa à fonte?

Podem haver cenários que levam à exposição direta à radiação, proveniente da fonte e cenários que levam à exposição por inalação ou por ingestão, causada por liberações de material radioativo no ar ou na água. Desta forma, os cenários da exposição incluem tanto os eventos e processos de iniciação, quanto os subsequentes caminhos críticos ambientais ou outros para a exposição.

Por que na determinação relativa à fonte, a estimativa de risco associado a cenários específicos é essencial quando estão envolvidas exposições potenciais?

Porque elas permitem que se faça um julgamento, se todas as medidas racionais foram tomadas, para reduzir os riscos da radiação, atribuídos àqueles cenários.

Como a publicação explica as grandes diferenças que são encontradas entre as determinações relativas à fonte e relativas aos indivíduos?

A determinação relativa à fonte é uma combinação dela para todos os cenários plausíveis e leva em conta, tanto a magnitude dos riscos individuais atribuíveis àquela fonte, quanto o número de indivíduos expostos, mas não considera as contribuições vindas de outras fontes. As determinações relativas ao indivíduo envolvem o conceito de risco total aos indivíduos, advindos de todas as fontes pertinentes, a fim de determinar se o risco, para qualquer indivíduo, é inaceitavelmente elevado.

Por que as exigências para as situações que envolvem exposições potenciais devem estar baseadas, obrigatoriamente, em determinações relativas ao cenário de uma fonte específica?

Na maioria das situações de exposição potencial, não será viável realizar-se determinações relativas ao indivíduo. Além disso, para muitas fontes o número e a complexidade de cenários serão tão grandes, que as determinações relativas à fonte também serão difíceis.

Idealmente, a determinação de risco deve incluir todos os cenários que tenham potencial para causar exposição à radiação e neste caso, o que a publicação 64 da CIPR sugere?

O resultado desta determinação será uma medida de risco total, a ser comparado com o risco considerado tolerável para a sociedade. Para fontes tecnicamente complexas não é possível incluir todos os cenários. A abordagem prática é basear a determinação de risco nas sequências que englobam os principais contribuintes aos riscos, até onde for racionalmente exequível.

 

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